domingo, 6 de fevereiro de 2011

Quem compara, encara !

Comparando a rentabilidade real de investimentos: CDB, poupança, ação e renda fixa
por Bruno Yoshimura

"Seguindo nossa filosofia de “investir com inteligência”, vou explicar como um investidor leigo deve comparar os investimentos a fim de escolher o mais rentável.

Para podermos fazer esses cálculos, precisamos lembrar que os três “devoradores” de rentabilidade são a inflação, o imposto de renda e a taxa de administração (e corretagem). Eu já escrevi um post completo sobre investimentos que são naturalmente protegidos pela inflação, mas vou retomar o tema pois acho importante.

A ilusão da rentabilidade: Inflação
A inflação é uma das maiores inimigas do investidor, pois ela corrói o valor do dinheiro silenciosamente.  Por exemplo: um investimento em CDB hoje rende 10% ao ano. Se tirarmos o Imposto de Renda (15% ou +) e a inflação (5%), a rentabilidade real é de apenas 4%!!!

Em geral podemos considerar que investimentos em ações são protegidos da inflação. O aumento do preço dos produtos compensam o aumento das matérias-primas.

Existem alguns investimentos que são livres de inflação, pois a receita é corrigida por este indicador. O investimento em imóveis para aluguel e as ações da Eletropaulo são dois exemplos. Esta última rende 16% de dividendos ao ano, que são livres de imposto e inflação (tarifa corrigida oficialmente pelo IGP-M). Isso é mais do que 4x a rentabilidade de um CDB.  Se alugarmos nossas ações, conseguimos mais 2% de rentabilidade –  chegando à quase 18%.

Apenas para ter uma idéia, o CDB levaria uns 20 anos para dobrar (2x) seu investimento. Já um investimento com 16% de rentabilidade anual líquida, levaria menos de 4 anos (em 20 anos multiplicaria por 32x).

Vamos para os exemplos:

Ações de empresas elétricas (Eletropaulo)
16% de dividendos + 2% de aluguel de ação
» Imposto de renda: 0% (a empresa já recolheu IR antes dos dividendos)
» Taxa de administração:  1% (apenas para considerar alguma corretagem de compra da ação)
» Inflação: 0% (tarifa corrigida pelo IGP-M)

Agora, existem algumas ações que são realmente protegidas pela inflação, que é o caso das empresas elétricas e de concessionárias de energia. O reajuste na tarifa da Eletropaulo, por exemplo, é feito com base no IGP-M. Então, se você recebe dividendos de 16% ao ano (estimados na data de hoje), este será corrigido.  Além disso, esses 16% já são líquidos de imposto de renda, pois dividendos são isentos (antes de distribuir dividendos a empresa já pagou imposto de renda de pessoa jurídica).

Rentabilidade real: 17%


CDB à 100% do CDI
10,83% de rentabilidade
» Imposto de renda: 15 a 22,5% sobre a rentabiliade (De 365 dias até 720 dias – 17,5%)
» Taxa de administração: 0%
» Inflação: 5% do total aplicado


Os CDBs são o produto que seu gerente mais gosta de oferecer. Isso acontece pois este dinheiro é usado para empréstimos pessoais com valores bem mais altos.

Rentabilidade real: 4%


Fundos de Renda Fixa
10% ao ano
» Imposto de renda: 15 a 22,5% sobre a rentabilidade (De 361 dias até 720 dias – 17,5%)
» Taxa de administração:  2% (costuma varira entre 0,5 a 3,5%)
» Inflação: 5% do total aplicado

Rentabilidade real: 3,25%


Títulos do governo/Tesouro Direto
6,2% acima da  inflação
» Imposto de renda: 15 a 22,5% sobre a rentabiliadde
» Taxa de administração:  0,5% (em grandes corretoras é possível conseguir taxas de 0,25% a 0,75% )
» Inflação: 0%

Rentabilidade real: 5,11%


Poupança
6% + TR (7% ao ano)
» Imposto de renda: 0% (Até 50 mil é isento)
» Taxa de administração:  0%
» Inflação: 5% do total aplicado

Rentabilidade real: 2%

Gráfico que mostra a rentabilidade de cada modalidade

Veja quantos anos demora para você dobrar seu investimento


Finalizando…
Está claro que eu ignorei o risco dos investimentos neste texto, especialmente o de empresas que pagam dividendos. Existe sim o risco de concessão das hidrelétricas ou de apagão de energia.

Os CDBs também são muito mais arriscado do que títulos do governo e renda fixa, pois é um empréstimo direto para bancos. Por causa deste risco, eu só investiria em CDB se a rentabilidade líquida fosse bem maior do que os títulos públicos.

Não se esqueça: juro composto é seu aliado! Veja o que acontece com mil reais investidos por 22 anos:
»  CDB: R$ 2.000,00
»  Tesouro Direto:  R$ 3.000,00
»  Eletropaulo*:  R$ 31.600,00
* reinvestindo dividendos e capital em mais ações

Deu diferença?Decisões inteligentes (e simples) tem grande efeito no longo prazo.Deu diferença?

Decisões inteligentes (e simples) tem grande efeito no longo prazo.

Obs: Existe uma regrinha simples chamada “regra do 72″ para descobrir em quanto tempo seu investimento dobra. Divida 72 pela rentabilidade líquida, que você terá o tempo aproximado em anos."
 

Mais dicas para 2011

Depois do ano passado que terminou perto da estabilidade na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e com o dólar perdendo força ante o real, a expectativa para estes e outros investimentos é de rendimento melhor em 2011. Segundo a opinião de especialistas consultados pelo Terra, ações de empresas brasileiras, Tesouro Direto, poupança, CDB, dólar, ouro e o mercado imobiliário devem apresentar valorizações entre 3% e 50%.

Além da diferença entre as projeções, o grau de risco e o comprometimento do poupador para cada aplicação é diferente. No Tesouro Direto, por exemplo, o valor aplicado fica "comprometido" e, se resgatar antes do prazo, pode não ter toda a valorização esperada. Por outro lado, a poupança tem retorno menor, mas o resgate pode ser feito sem prejuízo a qualquer momento. Confira a seguir as expectativas de ganho no ano para de diversas aplicações e escolha a mais adequada ao seu perfil.

Bovespa
O principal índice da bolsa paulista (Ibovespa) teve uma forte recuperação em 2009, mas "andou de lado" no ano passado - começou em 68.588 pontos e fechou o pregão da última semana do ano com 68.485 pontos. No entanto, as promessas são de ganhos para este ano, de acordo com Clodoir Vieira, economista-chefe da corretora Souza Barros. Para ele, o indicador deve atingir valor entre 78 mil e 81 mil pontos no final de 2011 - o que significa um retorno de 14% a 19%, conforme o Ibovespa fechou ano passado na casa dos 68 mil.

Segundo o economista, contudo, esta projeção depende do desempenho da Petrobras. Ele acredita que no final de 2011 os papéis da estatal retomem o patamar do começo deste ano, com as preferenciais a R$ 36,03. Afetadas pelas incertezas com a capitalização para exploração do pré-sal, as ações da petrolífera brasileira fecharam o último pregão a R$ 25,75, com desvalorização de cerca de 30% desde o início do ano.

A carteira recomendada da Souza Barros para o começo de 2011 tem as seguintes empresas: Vale, Petrobras, BRMalls, Bradesco, Duratex, Itaú, Localiza, Pão de Açúcar, Random e Vivo. "Temos empresas de todos os segmentos", afirmou Vieira. Marcelo Coutinho, da YouTrade, também aposta na valorização da Petrobras. Ele prevê que o desempenho da Bovespa no ano será positivo, mas a graduação só poderá ser medida após o primeiro trimestre da bolsa.

Mesmo com oportunidade de bons ganhos, o investimento em ações é recomendado para quem está disposto a correr alto risco. Além disso, o interessado em aplicar na bolsa deve se cadastrar em uma corretora, o que vai lhe trazer gastos com corretagem e custódia das ações, e é necessário recolher Imposto de Renda todos os meses sobre o lucro obtido.

Tesouro Direto
De acordo com o economista-chefe da Souza Barros, para quem se arrisca em ações é aconselhável a reserva de 20% do capital para aplicações no Tesouro Direto. Os papéis garantidos pelo governo devem apresentar a mesma rentabilidade deste ano - cerca de 12,46%, segundo média dos índices de renda fixa calculados com base nas carteiras compostas por títulos públicos.

"Tesouro Direto é estabilidade. É antagônico de bolsa. Com a entrada da Dilma (Roussef, presidente eleita do Brasil), eu não vejo grande mudança em taxa de juros", disse Marcelo Coutinho. A compra de títulos do governo tem retorno garantido, contudo o valor fica comprometido por um período e o investidor pode acabar sendo prejudicado se precisar do valor aplicado mais cedo do que esperava.

Poupança
Investidores mais conservadores que preferirem aplicações junto aos bancos, como a poupança, não devem receber um grande retorno em 2011, já que o ceonário deve ficar parecido com o do ano passado. "Na poupança, o governo garante 0,5% ao mês e a TR deve ficar zerada", disse Clodoir Vieira. Em novembro do ano passado, o rendimento da caderneta foi de 0,535% - um rendimento real negativo de 0,29% com a inflação no mês batendo 0,83%. Caso seja apenas garantida a remuneração mensal de 0,5%, a poupança deve render 6,17% ao longo deste ano.

CDB
Os especialistas recomendam aos interessados no CDB buscar bancos de maior expressão para vincular seu dinheiro, pelas garantias apresentadas. Segundo os analistas consultados, o rendimento do CDB deve acompanhar o aumento da taxa Selic ao longo do ano. A previsão do mercado é de elevação de 1,5 ponto percentual na taxa básica de juro em 2011, de acordo com o último boletim Focus do Banco Central. Menos rentáveis que ações e mais do que a poupança, esses investimentos podem ser resgatados imediatamente ou no curto prazo (alguns CDBs requerem comprometimento de 30, 60 ou 90 dias), e para sua contratação a pessoa física precisa apenas de uma conta corrente no banco.

Dólar
O governo fez ao longo de 2010 uma série de ações para conter o enfraquecimento da divisa americana ante o real e ainda assim apresentou desvalorização de cerca de 2% no acumulado do ano. Em 2011, a expectativa é de uma leve elevação. Os analistas consultados indicam taxa de R$ 1,75 por dólar no final do ano, mesma previsão da Febraban. Se este cenário se concretizar, a moeda americana teve uma alta de cerca de 3%, ante um patamar de R$ 1,70 no encerramento de 2010.

Imóveis
O setor imobiliário também é uma opção de investimento, mas segundo João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), não deve ser vantajoso aos especuladores. "Quem quer comprar um imóvel e três meses depois vender por um preço maior, não vai ter espaço", disse. Segundo ele, "o investidor tradicional é aquele que tem um apartamento de um ou dois dormitórios e aluga. Ao longo dos anos ele vai ter uma valorização acima da inflação e todo mês receberá uma renda comparável a uma aplicação financeira", afirmou. O Secovi trabalha com uma valorização mobiliária de 1 ponto percentual acima da inflação para este ano, ou seja 6,2% (segundo a Febraban a inflação em 2011 será de 5,2%).

Crestana lembrou ainda de outros investimentos imobiliários. "Quem gosta de papéis, existem as ações de empresas do setor imobiliário. Existem os papéis específicos, por exemplo os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e as letras imobiliárias. Além dos fundos de investimento imobiliários. Fundos com preços bons e lucratividade de cerca de 1% ao mês", disse. "O melhor investimento é a pessoa que quer comprar um imóvel para ser sua casa, para alojar sua família, pois ele vai fazer um investimento no bem estar e, ao mesmo tempo, vai ver seu imóvel valorizar com o tempo", afirmou Crestana.

Ouro
O ouro fechou como o investimento mais rentável de 2010. Segundo dados da BM&FBovespa, o metal precioso ficou 41% mais caro até 31 de outubro. Segundo Aquiles Pereira Junior, gerente da OM Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, a commodity cumpriu as expectativas mais otimistas do começo do ano e dobrou de preço, com o grama encerrando o ano cotada perto de R$ 90. Para 2011, na cotação atual do dólar, o ouro deve, segundo a OM, chegar a R$ 136 (na cotação do dólar estimada pela Feraban, o valor ficaria em R$ 140), o que representa ganho da ordem de 50%.

De acordo com Aquiles Pereira, o mundo está passando por uma fase de melhora econômica e o consumo de ouro deve crescer. Por outro lado, a burocracia para explorar o minério está cada vez maior, fazendo que a relação oferta procura jogue o preço para cima. "O preço do ouro ficou estagnado desde os anos 80. Com essa estagnação, não houve investimento em mineração. As pessoas, não só no Brasil, estão melhorando de vida e começando a consumir", afirmou. Quanto a liquidez, o investidor pode fazer o resgate do valor a qualquer momento com a venda das barras.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ações - Por onde começar ?

Existem alguns canais aos quais você deverá optar a melhor forma que mais agrade as suas necessidades, são eles :

Fundos de ações
Se você não se sente confortável em comprar suas ações sozinho, seja porque não conhece o mercado, seja porque não tem tempo de acompanhar as análises e a evolução dos preços dos papéis, você pode fazer suas aplicações no mercado acionário por meio dos fundos de investimento em ações.

Os fundos de ações são conhecidos como fundos de renda variável, e precisam ter pelo menos 67% de sua carteira aplicada em ações negociadas em Bolsas de Valores. Eles podem ser fundos ativos, passivos ou setoriais. Todos buscam acompanhar ou superar um índice de referência, conhecido no mercado como benchmark. Os fundos de ações se diferenciam conforme sua política de investimento e da composição de sua carteira. Consulte o prospecto do fundo antes de investir.

Corretoras
As sociedades corretoras são instituições financeiras membros das Bolsas de Valores, e atuam como intermediárias entre os investidores e as Bolsas de valores. Pelo seu trabalho, recebem uma comissão, chamada corretagem.

Toda corretora precisa estar credenciada pelo Banco Central, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas próprias Bolsas, e estão habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão.

Os profissionais das corretoras, conhecidos como brokers ou corretores, podem lhe fornecer todas as informações necessárias para auxiliá-lo na tomada de decisão de seu investimento, inclusive com informações sobre as empresas de que você tem interesse em comprar as ações.

No site da Bolsa de Valores de São Paulo - www.bovespa.com.br - (atual BM&FBOVESPA) é possível ter acesso à lista de corretoras cadastradas.

O investidor emite uma ordem de compra ou venda de determinada ação à sua corretora e é ela quem vai executar essa operação no pregão.

Home broker
O home broker permite a negociação de ações via internet. Ele está interligado ao sistema de negociação da BM&FBOVESPA S.A. – Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros e permite que você envie ordens de compra e venda de ações por meio do site de sua corretora na internet.

Para fazer essas operações é necessário que você seja cliente de uma corretora que disponha do sistema home broker. Hoje em dia a maioria das corretoras já disponibiliza esse serviço para seus clientes.

Você precisará abrir um cadastro na corretora de sua escolha e fazer uma transferência para a conta bancária indicada pela corretora, no valor total da operação que deseja realizar. A corretora então executa a sua ordem de compra de ações.

Você pode contar ainda com os simuladores do mercado de ações que, para aqueles que nunca tiveram uma experiência com a Bolsa, é uma ferramenta de grande valia. Isso porque eles possibilitam que o futuro investidor aprenda os mecanismos do mercado, com simulações de toda a operação, sem precisar desembolsar um centavo sequer.

A internet tem contribuído muito para que pequenos e médios investidores, pessoas físicas ou jurídicas possam comprar ações diretamente na Bolsa e não apenas por meio dos fundos de ações ou clubes de investimentos. Com um clique você pode fazer de casa as operações que desejar na Bolsa de Valores.

IMPORTANTE: antes de tomar a decisão de investir em uma ação, é importante pesquisar sobre as empresas que possuem ações negociadas nas Bolsas de Valores. Algumas delas colocam à disposição informações financeiras relevantes por meio de sua área de Relações com Investidores.

Outra fonte de informação são os relatórios e análises elaboradas por especialistas que contêm indicações sobre algumas ações e, em alguns casos, projeções de resultados, lucro e preço-alvo para as empresas. Os jornais e portais de informações sobre o mercado acionário também são uma fonte diária de dados sobre as condições financeiras das empresas.

Clubes de investimento
Assim como os fundos de ações, um clube de investimento é uma forma de investimento coletivo em ações. Eles diferem dos fundos de ações por não haver obrigatoriedade de patrimônio mínimo, ter menos obrigações formais, como publicação de balanços ou limites mínimos de aplicações, e ter um limite máximo de 150 participantes. Um clube de investimento poderá ter um número superior de participantes quando se tratar de clube que reúna empregados, funcionários ou contratados de uma mesma empresa, entidade ou grupo de sociedade.

Ele pode ser gerido pelos próprios sócios (cotistas) ou pela corretora que o administra. Assim como os fundos, os clubes de investimento também estão sob fiscalização da CVM – Comissão de Valores Mobiliários.

Para constituir um clube de investimentos, um grupo de pessoas precisa de uma corretora de valores, que será responsável por sua administração, emissão de extratos, pagamento de comissões etc.

Sua constituição é feita mediante aprovação e assinatura do Estatuto Social por parte dos participantes. Nestes documentos são fixados os princípios e as regras de funcionamento, de acordo com a legislação e com o Regulamento de Registro dos Clubes de Investimento da BM&FBOVESPA.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Por quê investir em Ações ?

Oportunidade
O mercado de ações oferece mais riscos do que o mercado de renda fixa; no entanto, também apresenta mais oportunidades de ganhos. Comprar a ação de uma empresa e esperar que ela cresça e mude seu patamar de lucros pode ser uma experiência bastante gratificante para o investidor. Mas para isso é preciso ter paciência e não se assustar com oscilações pontuais de mercado, e estar certo de que esse investimento atende a seus objetivos de longo prazo.

Quer um exemplo? Observe o que aconteceu com as estatais nos anos 90. Essas empresas vinham desde a década de 80 com uma enorme defasagem nos preços de seus produtos e serviços. Na década seguinte, elas corrigiram essas distorções de preços e seus lucros aumentaram.

Esse movimento de correção de preços fez o lucro da Petrobras, por exemplo, dar um salto na virada do milênio. As melhorias operacionais e a maior transparência das informações prestadas, aliadas a uma alta do preço do petróleo no mercado internacional, fizeram com que o lucro da empresa evoluísse de R$ 1 bilhão em 1998 para R$ 10 bilhões em 2001.

No início do século XXI, a alta do preço do aço gerou resultado bastante positivo para as empresas siderúrgicas em geral.

Portanto, vale a pena avaliar com critério a empresa de que você deseja comprar ações. Observar os movimentos do setor ao qual pertence, a tendência de seus produtos, seu comportamento perante a concorrência, a evolução dos preços de seus produtos, entre outras coisas.

O mais importante é entender que investir em ações significa investir pensando no futuro, ou seja, no longo prazo.

Objetivos
Você é o único que pode executar esta tarefa com perfeição. Por mais que conte com a ajuda de um profissional, ninguém melhor do que você mesmo para saber quais são suas reais necessidades, para que, a partir delas, possa traçar seus objetivos de investimento.

Para começar, é preciso saber quanto custa cada um dos seus objetivos, para então definir uma estratégia para alcançá-los.

Distribua-os em uma linha do tempo.

Curto Prazo: são aqueles de menos de dois anos, como a troca do carro ou uma viagem de curta duração.

Médio Prazo: são aqueles para os quais você economiza por pelo menos três anos, como a reforma de sua casa, uma festa de casamento ou uma viagem mais longa.

Longo Prazo: são os investimentos com prazo superior a cinco anos, como a compra de uma casa, a faculdade dos filhos, e até mesmo a aposentadoria.

Quanto mais definidos eles estiverem, mais fáceis serão suas escolhas na hora de investir.

Como Fazer ?
A forma mais segura de aumentar seu patrimônio com ações ao longo do tempo é pela montagem de uma carteira diversificada, ou seja, constituída de papéis de diferentes empresas, de diferentes setores de atividade.

Dos 20 aos 40 anos
Esta é uma fase da vida em que há uma enorme pressão para gastos, de um lado, e poucos recursos para investimentos, de outro.

Você quer comprar a casa, o carro, fazer uma boa viagem etc. No entanto, seu salário ainda está engatinhando. Mas, investimento é o resultado de uma equação na qual os ingredientes são tempo e dinheiro. Quanto mais você tiver de um, menos precisará do outro.

Objetivos de longo prazo, tais como comprar uma casa nova, ter a aposentadoria dos seus sonhos, pagar a universidade dos seus filhos, exigem uma quantia considerável de recursos. Diversificar investindo em ações pode ser seu grande aliado para conseguir conquistar esses ou qualquer outro objetivo que exija uma valorização expressiva do seu patrimônio, desde que você tenha tempo para esperar isso acontecer.

Dos 20 aos 30 anos de idade, mais do que dinheiro, você tem tempo para investir. Por isso, esta é fase em que a parcela em ações pode compor boa parte de sua carteira de investimentos. Assim, suas chances de ter sucesso em seus investimentos de longo prazo aumentam consideravelmente.

Quando você começa a investir em ações, ainda jovem, e faz suas aplicações regularmente, consegue reduzir bastante o risco inerente a esse mercado. Isso porque você vai usar uma técnica que os especialistas conhecem como dollar-cost averaging, ou custo médio, que consiste basicamente em aplicar em ações todo mês a mesma quantidade de dinheiro. Nos meses em que as ações estiverem em alta, ou seja, caras, você comprará poucas ações. Mas nos meses em que elas estiverem em baixa (baratas), com a mesma quantidade de dinheiro você comprará mais ações, diminuindo portanto seu custo médio.

Assim, como a tendência é que se valorizem no longo prazo, o preço médio de suas ações tende a ser bem razoável.

Dos 40 aos 60 anos
Você ainda tem um horizonte de longo prazo para construir sua carteira de investimentos e, por isso, a parcela de investimento em ações dentro da sua carteira ainda pode ser relevante.

Esta é uma fase em que seu salário já não é tão baixo, embora a pressão por gastos ainda seja alta. Neste momento é importante observar que, na hora de selecionar seus objetivos, as aplicações visando a aposentadoria devem estar no topo de suas preocupações.

Revisar periodicamente sua carteira e fazer uma realocação de ativos sempre que necessário também é uma atitude prudente nessa fase da sua vida.

Diferentemente do momento anterior (dos 20 aos 30 anos), quando você pode errar quantas vezes quiser, agora é fundamental que seus acertos sejam bem maiores. Outro ponto para que os analistas chamam atenção é: reduza um pouco a parcela das ações de crescimento (growth stocks) de sua carteira e procure mais as ações de valor (value stocks).

Se você ainda não teve a oportunidade de iniciar sua carteira de investimentos em ações, saiba que ainda está em tempo.

A partir dos 60 anos
Nesta fase da vida você ainda pode ter ações em seu portfólio de investimento.

A expectativa de vida está cada vez mais alta, por isso, desprezar ações, mesmo depois de aposentado, pode comprometer seu padrão de vida no futuro.

No longo prazo, historicamente, as ações costumam bater com mais folga as taxas de inflação.

Dessa forma, você protege seu patrimônio da corrosão inflacionária que, no longo prazo, tende a reduzir significativamente seu poder aquisitivo.

Neste estágio, você deve privilegiar as ações de valor (value stocks). Papéis de empresas que pagam bons dividendos regularmente, devem representar a maior parcela de sua carteira de ações. As ações de valor podem proporcionar maior equilíbrio à sua carteira durante momentos de crise. Além disso, o pagamento regular de dividendos serve como uma renda e ajudará seu fluxo de caixa.

Os investidores americanos costumam usar uma regra que sugere que eles subtraiam de 100 sua idade e a diferença corresponda à parcela da carteira que deve ser aplicada em ações. Assim, se você tem 60 anos de idade, sua carteira de investimentos deve ter 40% aplicados em ações. No entanto, como o mercado brasileiro ainda tem muita volatilidade (oscilação), esta pode não ser uma boa medida.

O melhor é que você faça uma análise criteriosa de sua carteira. Invista em ações apenas a parcela de suas aplicações que, mesmo em momentos de crise, não irá comprometer sua saúde financeira.

Ações para seus filhos
Esta é uma excelente decisão: pensar no futuro de seus filhos. Investimento em ações é indicado para quem tem um horizonte longo de tempo, e com certeza seus filhos se encaixam nesta regra.

Ao fazer uma carteira de ações para seu filho tente, na medida do possível, aproximá-lo do investimento. Ele entenderá perfeitamente se você fizer referência aos nomes das empresas e ele passará, inclusive, a ficar mais atento às notícias sobre determinada empresa. Ele certamente não será capaz de fazer análises de empresas, mas é uma forma muito interessante de ensinar conceitos de investimentos ao seu filho, e ainda lhe mostrar o elo com o setor produtivo, com a economia real.

Os investimentos em ações devem compor a maior fatia da carteira de seus filhos. Como ainda são crianças, eles têm uma chance enorme de sucesso com suas aplicações, pois o tempo conta a seu favor. Assim, você estará contribuindo para que seu filho chegue à idade adulta com uma boa reserva financeira e ainda, o que é mais relevante, terá ensinado as noções básicas de investimentos para que seja um adulto financeiramente responsável.

Não importa a idade de seu filho, se ele já tiver documentos como CPF e carteira de identidade, poderá abrir sua própria conta em uma corretora. Os pais serão responsáveis pela movimentação dessa conta, mas os investimentos ficam em nome da própria criança.

Ações : Quais os riscos envolvidos ?

Quando você compra a ação de uma empresa, está se tornando sócio dela, ou seja, está investindo no seu crescimento e desenvolvimento. São dois os principais tipos de riscos relacionados a investimentos em ações: risco de mercado e risco de  liquidez.

Saiba um pouco mais sobre eles:

Risco de mercado
Esse tipo de risco é associado à possibilidade de desvalorização ou de valorização de um ativo (título público ou ação, por exemplo), devido às alterações políticas, econômicas, internacionais, entre outras. É a possibilidade de ocorrerem mudanças no valor do seu investimento associadas à notícia ou acontecimento que diz respeito direta ou indiretamente à aplicação que você escolheu.

Um exemplo clássico é a Bolsa de Valores, que tem altas ou baixas em consequência de movimentos favoráveis ou desfavoráveis do mercado.

Exemplo: quando algumas empresas anunciam que fecharão o ano com prejuízo devido a uma recessão no país, aumenta o número de acionistas dispostos a vender suas ações.

Assim como em qualquer outro mercado, se há mais gente querendo vender (mais oferta), o preço cai e provavelmente a maior parte das ações também cairá de preço devido à recessão.

O risco de mercado é associado às oscilações dos preços dos ativos e esta oscilação é conhecida no mercado financeiro como volatilidade, ou seja, a oscilação de preço de um ativo em relação à sua média.

Risco de liquidez
O risco de liquidez surge da dificuldade em se conseguir encontrar compradores potenciais de um determinado ativo no momento e no preço desejado. Ocorre quando um ativo está com baixo volume de negócios e apresenta grandes diferenças entre o preço que o comprador está disposto a pagar (oferta de compra) e aquele pelo qual o vendedor gostaria de vender (oferta de venda).

Quando é necessário vender algum ativo num mercado ilíquido, tende a ser difícil conseguir realizar a venda sem sacrificar o preço do ativo transacionado.

Exemplo: algumas ações negociadas na Bolsa de Valores apresentam baixo volume de negócio e, quando um investidor precisa vender uma grande quantidade destas ações, acaba causando uma queda no seu preço. Mas isso necessariamente não significa que essas ações serão menos valorizadas. Você pode obter um excelente ganho com um investimento de baixa liquidez, mas deve estar consciente desse risco. Neste caso, você  deve estar ciente de que pode levar algum tempo para vender sua ação ao preço que lhe pareça mais justo.

Lembre-se
Ações são ativos de renda variável, ou seja, não oferecem ao investidor uma rentabilidade garantida, previamente conhecida. Por não oferecer uma garantia de retorno, este é um investimento considerado de risco.

A rentabilidade dos investidores é composta de dividendos ou participação nos resultados e benefícios concedidos pela empresa emissora, além do eventual ganho de capital advindo da venda da ação no mercado secundário (Bolsa de Valores). O retorno do investimento dependerá de uma série de fatores, tais como desempenho da empresa, comportamento da economia brasileira e internacional etc.

Por esse motivo, é aconselhável que o investidor não dependa do recurso aplicado em ações para gastos imediatos e que tenha um horizonte de investimento de médio e longo prazos, quando eventuais desvalorizações das ações poderão ser revertidas.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Conhecendo detalhes deste Universo de Ações

O que são ações ?
Ações são títulos nominativos negociáveis que representam, para quem as possui, uma fração do capital social de uma empresa. Ação é um pedacinho de uma empresa. Com um ou mais pedacinhos da empresa, você se torna sócio dela.

Quais tipos de ações existem ?
As ações podem ser:
Ordinárias, que concedem àqueles que as possuem o poder de voto nas assembléias deliberativas da companhia ou;
Preferenciais, que oferecem preferência na distribuição de resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia, não concedendo o direito de voto, ou restringindo-o.

As ações, ordinárias ou preferenciais, são sempre nominativas, originando-se do fato a notação ON ou PN depois do nome da empresa.

As ações também podem ser diferenciadas por classes: A, B, C ou alguma outra letra que apareça após o "ON" ou o "PN". As características de cada classe são estabelecidas pela empresa emissora da ação, em seu estatuto social. Essas diferenças variam de empresa para empresa, portanto, não é possível fazer uma definição geral das classes de ações.

O que são dividendos ?
Uma empresa deve dividir os lucros com seus acionistas. Essa parcela direcionada aos detentores de ações é conhecida como dividendo. Ou seja, os dividendos correspondem à parcela de lucro distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de ações detida, apurado ao fim de cada exercício social. O estatuto social de uma companhia pode estabelecer o dividendo mínimo a ser distribuído, desde que não seja inferior a 25% de seu lucro líquido ajustado. Caso não haja previsão no estatuto social, o dividendo obrigatório deve corresponder, no mínimo, à metade do lucro líquido ajustado.

Quando uma empresa vai bem, ela divide os lucros com quem tem suas ações.

E bonificações ?
As bonificações correspondem à distribuição de novas ações para os atuais acionistas. Excepcionalmente pode ocorrer a distribuição de bonificação em dinheiro.

Como funcionam as subscrições de novas ações ?
Os acionistas têm ainda preferência na compra de novas ações emitidas ou direito de preferência na subscrição. Além de garantir a possibilidade de manter a mesma participação no capital total, esse direito pode significar ganho adicional, dependendo das condições do lançamento. Por fim, se não exercido, o direito pode ser vendido a terceiros.

Mercado Primário e Secundário
O Mercado Primário compreende o lançamento de novas ações no mercado, com aporte de recursos à companhia.

Uma vez ocorrendo o lançamento inicial ao mercado, as ações passam a ser negociadas no Mercado Secundário, que compreende as bolsas de valores e os mercados de balcão (mercados onde são negociadas ações e outros ativos, geralmente de empresas de menor porte e não sujeitas aos procedimentos especiais de negociação).

Operações como a colocação inicial, junto ao público, de grande lote de ações detido por um acionista podem caracterizar operações de abertura de capital, exigindo registro na CVM. Apesar da semelhança com o mercado primário, os recursos captados vão para o acionista vendedor (e não para a companhia), determinando, portanto, uma distribuição no Mercado Secundário.

O que são Bolsas de Valores ?
São locais que oferecem condições e sistemas necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma transparente. Além disso tem atividade de auto-regulação que visa preservar elevados padrões éticos de negociação, e divulgar as operações executadas com rapidez, amplitude e detalhes.

O que são Corretoras de Valores ?
A Corretora de Valores é a sua parceira de investimentos: 
  • Oferece ajuda para você escolher as ações, de acordo com o seu objetivo financeiro;
  • Suporte necessário para entender o funcionamento da Bolsa;
  • Definição do seu perfil de investidor;
  • Diversos serviços, como home broker (site para você investir via Internet), relatórios de recomendação de ações, informativos, etc;
  • Assessoria de profissionais especializados em análise de mercado, de setores da economia e de companhias. Por acompanharem o mercado o tempo todo, avaliando os principais acontecimentos, as empresas que estão progredindo e os fatores que podem gerar mudanças de cenário, as Corretoras prestam um serviço essencial aos investidores;
  • Informa você sobre novos produtos no mercado, para garantir a diversificação da sua carteira de investimentos;
  • Informa você sobre o recebimento de dividendos e outros bônus que as empresas pagam aos acionistas;
Além disso, ao se tornar cliente de uma corretora de valores, assim como você já é cliente do seu banco, você tem a segurança de investir seu dinheiro com uma instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Há várias Corretoras autorizadas no mercado a negociarem ações em nome de seus clientes na Bolsa.

Mas fique tranquilo! É você quem decide o futuro dos seus investimentos. A Corretora não faz nada sem que você autorize.

Quem são os Investidores ?
São indivíduos ou instituições que aplicam recursos em busca de ganhos a médio e longo prazos, que operam nas Bolsas por meio de Corretoras e distribuidoras de valores, as quais executam suas ordens e recebem corretagens pelo seu serviço.

Investidores são os clientes das Corretoras.

Mercados a Vista e de Derivativos
As operações na Bolsa podem ser efetuadas nos seguintes mercados:
A Vista, no qual compradores e vendedores estabelecem um preço para um lote de ações a ser entregue e pago no prazo determinado, atualmente D+3;
A Termo, no qual as partes fixam um preço para a liquidação físico-financeira da ação em prazo futuro determinado;
De Opções de compra ou venda, no qual as partes negociam o direito de comprar/vender a ação a preço e prazo futuro determinados;
Futuro, no qual ocorre a compra ou venda de ação a um preço acordado entre as partes para liquidação em data futura específica;

Como escolher uma Ação
As ações com o objetivo de obter ganho(s) a médio e longo prazos, em oposição a resultados imediatos, podem ser divididas em:
"blue chips" ou de 1ª linha - são ações de grande liquidez (grande quantidade de negócios) e procura no mercado de ações por parte dos investidores, em geral de empresas tradicionais, de grande porte/âmbito nacional e excelente reputação;
2ª linha - são ações um pouco menos líquidas, de empresas de boa qualidade, em geral de grande e médio portes;
3ª linha - são ações com pouca liquidez, em geral de companhias de médio e pequeno portes (porém, não necessariamente de menor qualidade), cuja negociação caracteriza-se pela descontinuidade;

A Dinâmica das Operações em Bolsa
Execução:O intermediário financeiro (Corretora) dispõe de profissionais especializados, capacitados a dar orientações sobre investimentos, receber ordens dos investidores e transmiti-las aos operadores qualificados por ele que têm acesso ao sistema de negociação das Bolsas.

Existe ainda a possibilidade do investidor dar sua ordem de compra ou venda de uma ação, via Internet, usando o site de sua Corretora (Home Broker).
Nesse caso, o investidor estará enviando sua ordem diretamente ao sistema da Bolsa.

Liquidação: Executada a ordem de compra/venda de uma ação, ocorre a liquidação física e financeira, processo pelo qual se dá a transferência da propriedade dos títulos e o pagamento/recebimento do montante financeiro envolvido, dentro do calendário específico estabelecido pela Bolsa para cada mercado.

No mercado a vista, vigora o seguinte fluxo de liquidação:
D+0 - dia da operação;
D+1 - prazo para os intermediários financeiros (Corretoras) especificarem as operações por eles executadas junto à Bolsa;
D+2 - entrega e bloqueio dos títulos para liquidação física da operação, caso ainda não estejam na custódia da CBLC;
D+3 - liquidação física e financeira da operação. A liquidação é realizada por empresas de compensação e liquidação de negócios, que podem ser ligadas à Bolsa ou independentes.

A BM&FBOVESPA utiliza a CBLC - para liquidar as operações realizadas em seus mercados.
 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Entendendo o Mercado de Ações

Há quem invista em ações pensando que está apenas comprando papéis da empresa, que flutuam ao sabor do mercado; mas, na verdade, o que ocorre é que, ao comprar ações, uma empresa está comprando uma fatia bem pequena de participação na companhia. O acionista é, antes de tudo, dono de uma pequeníssima parte da empresa.

Mas por que uma empresa deve ter suas ações na bolsa? Afinal, não é melhor para os donos da companhia terem todos os lucros para si mesmos? Por que eles o dividiriam com milhares de outros investidores? Em outras palavras, o que a empresa ganha com isso?
O principal fator é que uma empresa pode ganhar muito com os famosos IPOs (Initial Public Offering), ou Oferta Pública Inicial: é o primeiro momento em que uma empresa emite ações. Nesse instante, como há investidores que adoram comprar ações em IPOs, a companhia pode lucrar muito. Às vezes, o retorno com a venda das ações é bastante superior ao valor real da empresa, o que gera um capital excedente muito importante para que ela possa investir em projetos mais ambiciosos.

E por que há quem compre ações em IPOs? Normalmente, as informações prestadas pela empresa ao mercado são insuficientes para avaliar o histórico da empresa ao longo de um período maior de tempo (10, 15, 20 anos), mas mesmo assim muitos especuladores se interessam bastante pela aquisição de ações em IPOs, porque, muitas vezes, é possível ter lucros muito fortes em dois ou três dias. Apesar disso, as estatísticas mostram que, na média, comprar ações de IPOs não é mais ou menos lucrativo do que comprar ações em outro dia qualquer.

Empresas podem emitir ações em outros momentos, para se capitalizar. Com as novas ações, a empresa ganha novo capital, sem praticamente qualquer custo. Dessa perspectiva, é melhor emitir ações do que obter um empréstimo, pois a empresa não precisa pagar juros ao acionista, como precisaria no caso de um empréstimo ou financiamento. É dinheiro novo que entra, sem custo financeiro.

Mas empresas que emitem ações demais em momentos diferentes do IPO têm um custo adicional: a confiança do acionista. Ao emitir novas ações, a empresa dilui seu capital em mais ações. Se uma empresa tem 1000 ações, alguém que tenha 100 ações tem 10% da companhia. Se ela emite mais 1000 ações, esse acionista terá diminuída sua participação para apenas 5%, tendo direito a uma parcela dos lucros muito menor.

Por outro lado, empresas muito lucrativas podem se dar o luxo de fazer o inverso: comprar ações disponíveis no mercado. Se alguém tem 100 ações de uma empresa que tem 1000 ações, com 10% das ações da companhia, e a empresa compra 500 ações, a participação do acionista sobe para 20% das ações da companhia. Ou seja, ao comprar suas próprias ações, a empresa gera valor adicional para o acionista.

Portanto, cuidado com empresas que emitem ações muitas vezes em um período curto de tempo: ela pode estar passando por dificuldades financeiras e precisa desse capital para se financiar. Prefira empresas que tenham programas de compra constantes de suas próprias ações.

(Fonte : http://opequenoinvestidor.com.br/ )