quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Por quê investir em Ações ?

Oportunidade
O mercado de ações oferece mais riscos do que o mercado de renda fixa; no entanto, também apresenta mais oportunidades de ganhos. Comprar a ação de uma empresa e esperar que ela cresça e mude seu patamar de lucros pode ser uma experiência bastante gratificante para o investidor. Mas para isso é preciso ter paciência e não se assustar com oscilações pontuais de mercado, e estar certo de que esse investimento atende a seus objetivos de longo prazo.

Quer um exemplo? Observe o que aconteceu com as estatais nos anos 90. Essas empresas vinham desde a década de 80 com uma enorme defasagem nos preços de seus produtos e serviços. Na década seguinte, elas corrigiram essas distorções de preços e seus lucros aumentaram.

Esse movimento de correção de preços fez o lucro da Petrobras, por exemplo, dar um salto na virada do milênio. As melhorias operacionais e a maior transparência das informações prestadas, aliadas a uma alta do preço do petróleo no mercado internacional, fizeram com que o lucro da empresa evoluísse de R$ 1 bilhão em 1998 para R$ 10 bilhões em 2001.

No início do século XXI, a alta do preço do aço gerou resultado bastante positivo para as empresas siderúrgicas em geral.

Portanto, vale a pena avaliar com critério a empresa de que você deseja comprar ações. Observar os movimentos do setor ao qual pertence, a tendência de seus produtos, seu comportamento perante a concorrência, a evolução dos preços de seus produtos, entre outras coisas.

O mais importante é entender que investir em ações significa investir pensando no futuro, ou seja, no longo prazo.

Objetivos
Você é o único que pode executar esta tarefa com perfeição. Por mais que conte com a ajuda de um profissional, ninguém melhor do que você mesmo para saber quais são suas reais necessidades, para que, a partir delas, possa traçar seus objetivos de investimento.

Para começar, é preciso saber quanto custa cada um dos seus objetivos, para então definir uma estratégia para alcançá-los.

Distribua-os em uma linha do tempo.

Curto Prazo: são aqueles de menos de dois anos, como a troca do carro ou uma viagem de curta duração.

Médio Prazo: são aqueles para os quais você economiza por pelo menos três anos, como a reforma de sua casa, uma festa de casamento ou uma viagem mais longa.

Longo Prazo: são os investimentos com prazo superior a cinco anos, como a compra de uma casa, a faculdade dos filhos, e até mesmo a aposentadoria.

Quanto mais definidos eles estiverem, mais fáceis serão suas escolhas na hora de investir.

Como Fazer ?
A forma mais segura de aumentar seu patrimônio com ações ao longo do tempo é pela montagem de uma carteira diversificada, ou seja, constituída de papéis de diferentes empresas, de diferentes setores de atividade.

Dos 20 aos 40 anos
Esta é uma fase da vida em que há uma enorme pressão para gastos, de um lado, e poucos recursos para investimentos, de outro.

Você quer comprar a casa, o carro, fazer uma boa viagem etc. No entanto, seu salário ainda está engatinhando. Mas, investimento é o resultado de uma equação na qual os ingredientes são tempo e dinheiro. Quanto mais você tiver de um, menos precisará do outro.

Objetivos de longo prazo, tais como comprar uma casa nova, ter a aposentadoria dos seus sonhos, pagar a universidade dos seus filhos, exigem uma quantia considerável de recursos. Diversificar investindo em ações pode ser seu grande aliado para conseguir conquistar esses ou qualquer outro objetivo que exija uma valorização expressiva do seu patrimônio, desde que você tenha tempo para esperar isso acontecer.

Dos 20 aos 30 anos de idade, mais do que dinheiro, você tem tempo para investir. Por isso, esta é fase em que a parcela em ações pode compor boa parte de sua carteira de investimentos. Assim, suas chances de ter sucesso em seus investimentos de longo prazo aumentam consideravelmente.

Quando você começa a investir em ações, ainda jovem, e faz suas aplicações regularmente, consegue reduzir bastante o risco inerente a esse mercado. Isso porque você vai usar uma técnica que os especialistas conhecem como dollar-cost averaging, ou custo médio, que consiste basicamente em aplicar em ações todo mês a mesma quantidade de dinheiro. Nos meses em que as ações estiverem em alta, ou seja, caras, você comprará poucas ações. Mas nos meses em que elas estiverem em baixa (baratas), com a mesma quantidade de dinheiro você comprará mais ações, diminuindo portanto seu custo médio.

Assim, como a tendência é que se valorizem no longo prazo, o preço médio de suas ações tende a ser bem razoável.

Dos 40 aos 60 anos
Você ainda tem um horizonte de longo prazo para construir sua carteira de investimentos e, por isso, a parcela de investimento em ações dentro da sua carteira ainda pode ser relevante.

Esta é uma fase em que seu salário já não é tão baixo, embora a pressão por gastos ainda seja alta. Neste momento é importante observar que, na hora de selecionar seus objetivos, as aplicações visando a aposentadoria devem estar no topo de suas preocupações.

Revisar periodicamente sua carteira e fazer uma realocação de ativos sempre que necessário também é uma atitude prudente nessa fase da sua vida.

Diferentemente do momento anterior (dos 20 aos 30 anos), quando você pode errar quantas vezes quiser, agora é fundamental que seus acertos sejam bem maiores. Outro ponto para que os analistas chamam atenção é: reduza um pouco a parcela das ações de crescimento (growth stocks) de sua carteira e procure mais as ações de valor (value stocks).

Se você ainda não teve a oportunidade de iniciar sua carteira de investimentos em ações, saiba que ainda está em tempo.

A partir dos 60 anos
Nesta fase da vida você ainda pode ter ações em seu portfólio de investimento.

A expectativa de vida está cada vez mais alta, por isso, desprezar ações, mesmo depois de aposentado, pode comprometer seu padrão de vida no futuro.

No longo prazo, historicamente, as ações costumam bater com mais folga as taxas de inflação.

Dessa forma, você protege seu patrimônio da corrosão inflacionária que, no longo prazo, tende a reduzir significativamente seu poder aquisitivo.

Neste estágio, você deve privilegiar as ações de valor (value stocks). Papéis de empresas que pagam bons dividendos regularmente, devem representar a maior parcela de sua carteira de ações. As ações de valor podem proporcionar maior equilíbrio à sua carteira durante momentos de crise. Além disso, o pagamento regular de dividendos serve como uma renda e ajudará seu fluxo de caixa.

Os investidores americanos costumam usar uma regra que sugere que eles subtraiam de 100 sua idade e a diferença corresponda à parcela da carteira que deve ser aplicada em ações. Assim, se você tem 60 anos de idade, sua carteira de investimentos deve ter 40% aplicados em ações. No entanto, como o mercado brasileiro ainda tem muita volatilidade (oscilação), esta pode não ser uma boa medida.

O melhor é que você faça uma análise criteriosa de sua carteira. Invista em ações apenas a parcela de suas aplicações que, mesmo em momentos de crise, não irá comprometer sua saúde financeira.

Ações para seus filhos
Esta é uma excelente decisão: pensar no futuro de seus filhos. Investimento em ações é indicado para quem tem um horizonte longo de tempo, e com certeza seus filhos se encaixam nesta regra.

Ao fazer uma carteira de ações para seu filho tente, na medida do possível, aproximá-lo do investimento. Ele entenderá perfeitamente se você fizer referência aos nomes das empresas e ele passará, inclusive, a ficar mais atento às notícias sobre determinada empresa. Ele certamente não será capaz de fazer análises de empresas, mas é uma forma muito interessante de ensinar conceitos de investimentos ao seu filho, e ainda lhe mostrar o elo com o setor produtivo, com a economia real.

Os investimentos em ações devem compor a maior fatia da carteira de seus filhos. Como ainda são crianças, eles têm uma chance enorme de sucesso com suas aplicações, pois o tempo conta a seu favor. Assim, você estará contribuindo para que seu filho chegue à idade adulta com uma boa reserva financeira e ainda, o que é mais relevante, terá ensinado as noções básicas de investimentos para que seja um adulto financeiramente responsável.

Não importa a idade de seu filho, se ele já tiver documentos como CPF e carteira de identidade, poderá abrir sua própria conta em uma corretora. Os pais serão responsáveis pela movimentação dessa conta, mas os investimentos ficam em nome da própria criança.

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